Nesta segunda-feira, (17), a Força Tarefa Popular, em conjunto com
o Sindicato dos Médicos da Macrorregião de Picos e o Sindicato dos Servidores
Públicos Municipais de Picos (SINDSERM), se deslocaram a capital Teresina para
dialogar com as autoridades e cobrar da Justiça agilidade no processo
envolvendo o embargo do Centro de Referência Médica de Picos, mais conhecido como
Hospital Regional, que estão paralisadas há mais de três anos devido a
irregularidades em licitações.
A expectativa é que o novo hospital regional
de Picos, quando concluído, possa desafogar a alta demanda de pacientes nos
hospitais de Teresina, especialmente o HUT e o Hospital Getúlio Vargas. Segundo
as estimativas do Sindicato dos Médicos, são atendidos 250 pacientes por dia no
Hospital Justino Luz, a única unidade regional do município:
“São cerca de cinco transferências por dia do hospital para Teresina
porque não há condições de tratar casos de média e alta complexidade”, pontua o
presidente do Sindicato dos Médicos, José Almeida.
A Presidente do SINDSERM Picos, Lenice Sales,
destaca a importância da participação popular e dos trabalhadores nessa luta:
“Esse hospital é de suma importância para população de Picos, que
há muito vem sofrendo com a superlotação do Justino Luz. Não é justo a
população sofrendo enquanto tem uma obra dessas paradas. Então fomos até o Juiz
responsável pelo processo, ele nos informou a situação de como está os trâmites
do processo e que vem dando celeridade devido ser algo que vai beneficiar muita
gente que vem sofrendo na região de Picos. E nós, enquanto Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, nos sensibilizamos e nos juntamos à luta com os demais movimentos da sociedade civil e estamos cobrando a solução. A população não pode ficar sofrendo enquanto existem recursos para construção desse hospital e está parada por questões judiciais", afirmou.
O levantamento da entidade aponta que a
macrorregião de Picos possui, atualmente, mais de 150 médicos de praticamente
todas as especialidades e que, junto com as cidades em seu entorno, o município
reponde pelo segundo maior polo de saúde do Piauí, com cerca de 500 mil
habitantes. Daí a necessidade de uma unidade hospitalar maior para abrigar
todos os profissionais atender a toda essa demanda.
É o que avalia o coordenador da Força Tarefa Popular, Arimateia Dantas: “em Picos, detectamos um hospital parado e vimos que o outro funciona precariamente. Há muitas pessoas precisando de atendimento e profissionais querendo ajudar, mas sem condições. Encontramos o Hospital Regional tomado pelo mato, mesmo tendo recursos em caixa”, disse.
Audiência Pública em Picos
Na terça-feira, 11 de dezembro, a Câmara
Municipal realizou nova para discutir a situação, a problemática e como
proceder para que aconteça a retomada das obras do Centro de Referência Médica
de Picos, conhecido como novo Hospital Regional.
Na oportunidade,
O diretor de Infraestrutura da Secretaria de Estado de Saúde do Piauí,
Marcos Gonçalves, informou que ainda falta pelo menos 70% da obra do
que estava previsto no início, que a pasta
já fez um levantamento financeiro para a continuidade da obra e que a
expectativa é que a Justiça libere a conclusão da edificação do Hospital:
“O Juiz determinou que fosse feita
perícia e, em termo de valores, a obra está orçada em R$ 30 milhões e o prazo
de conclusão é em torno de dois anos”, ponderou.
Novo Hospital Regional
Anunciado em setembro de 2008, o Centro
de Referência Médica de Picos teve sua obra iniciada em 2010 e um ano depois
foi paralisada após a empresa vencedora do processo licitatório ter sido
declarada inidônea. Uma nova licitação foi feita e depois de cerca de cinco anos,
as obras do novo Hospital de Picos foram retomadas no dia 13 de janeiro de
2016, no entanto, voltaram a ser interrompidas nesse mesmo ano por decisão do
Tribunal de Contas da União (TCU) que cancelou a licitação para construção.
O Hospital foi projetado para atender a
meio milhão de pessoas de 70 municípios, com 260 leitos de enfermaria, 24
leitos de UTI (sendo 8 de UTI Pediátrica, 6 de Neonatal, 10 de UTI adulto),
quatro salas de parto normal, central de processamento de resíduos, auditório
com 150 lugares, refeitório e biblioteca. A
estrutura da unidade de saúde também funcionará como hospital escola para
acadêmicos do curso de Medicina pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) de
Picos.
O investimento no Novo Hospital
Regional é de R$ 51,6 milhões, sendo R$ 34,6 milhões de Emenda Parlamentar do
deputado Federal, Assis Carvalho (PT), e contrapartida de R$ 17 milhões do
Governo do Estado.
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