sexta-feira, 7 de novembro de 2014

PRIORIZANDO A EDUCAÇÃO: Estudantes são liberados mais cedo por falta de merenda nas escolas municipais de Picos

Por José Maria Barros
Definitivamente o setor educacional não é prioridade na gestão do prefeito de Picos, Kléber Eulálio (PMDB). Além do atraso de dois meses no salário dos servidores contratados, surge agora um novo problema. Por falta de merenda escolar os alunos da rede municipal de ensino estão sendo liberados mais cedo para voltarem para casa.
A medida extrema encontrada pelos diretores das unidades pode comprometer o cumprimento do calendário, que prevê um mínimo de 200 dias letivos e carga escolar anual mínima de 800 horas.

O problema da falta de merenda tem atingido a maioria das escolas do município, no entanto a adoção da medida extrema de liberar os alunos para voltarem mais cedo para casa tem sido alvo de severas críticas dos mais variados segmentos sociais.

Na manhã desta quinta-feira, 6, a reportagem do GP1 flagrou os alunos da unidade escolar Celso Eulálio, localizada na praça Justino Luz, centro da cidade, sendo liberados por volta das dez horas da manhã. O mesmo aconteceu na escola municipal Padre Madeira, situada no cruzamento das ruas São Sebastião com Francisco Prota.


Nessa unidade alguns alunos que moram em bairros distantes como Morada Nova e Morada do Sol permaneceram na unidade aguardando a chegada do ônibus para retornarem para casa. Questionados pelo repórter confirmaram que não existe merenda na escola há algum tempo, por isso estão sendo liberados mais cedo.


No bairro Pedrinhas está ocorrendo à mesma coisa. Tanto na escola municipal João José de Moura, como na creche Tia Jerusa, os alunos estão sendo liberados das aulas mais cedo por causa da falta de merenda. De manhã eles saem por volta das 9 horas e a tarde aproximadamente às 15 horas.

Se na sede do município a situação é precária, nas escolas da zona rural é pior ainda. Na localidade Bocolô faz mais de uma semana que os alunos estão sendo liberados mais cedo e o motivo para tal é a falta da merenda escolar.

O problema foi alvo de debate na sessão desta quinta-feira, 6, da Câmara Municipal de Picos. Os vereadores Diogenes Medeiros (PPS) e Fátima Sá (PSDB) cobraram providências por parte da secretaria da Educação e do próprio prefeito Kléber Eulálio.


Em entrevista, o presidente da Câmara Municipal de Picos, Hugo Victor Saunders Martins (PMDB), isentou o prefeito Kléber Eulálio e culpou o secretário da Educação e vice-prefeito, Padre José Walmir de Lima (PT). Para o parlamentar, todos esses problemas foram gerados por falta de gestão.


Nota de repúdio.

Em nota, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Picos (Sindserm) condenou a precariedade das escolas. A entidade ressalta que a falta de fardamento, transporte e merenda escolar, demonstra a total falta de compromisso da administração com a coisa pública.

“No entanto, o mais grave é constatar que a interrupção das aulas antes do previsto pelo calendário escolar, compromete todas as matérias que deveriam ser aplicadas de acordo com o planejamento pedagógico e didático para o ano letivo, indispensável para a aprendizagem” – lembra a nota do Sindserm.

Outro lado

O secretário municipal da Educação, Padre Walmir Lima (PT) admitiu que está faltando merenda nas escolas, mas justificou dizendo que existem vários programas do governo federal, inclusive, para aquisição de merenda, mas que dependem de contrapartida do município. Além do mais, todo o processo licitatório é feito na Prefeitura.


Como, segundo o Padre Walmir, os repasses não estão sendo suficientes para cumprir com todos os compromissos, inclusive com a folha de pagamento dos contratados que está atrasada dois meses, não tem como aderir a outros programas, pois agindo assim iria contribuir ainda mais para o agravamento da crise.


FONTE: https://www.facebook.com/josemaria.sousabarros/posts/373914089429291

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