quinta-feira, 16 de março de 2017

Servidores Municipais de Picos aderem à Paralisação Nacional contra a Reforma da Previdência e a falta de estrutura nas Escolas Municipais

Servidores Municipais paralisaram suas atividades e lotaram as dependências do auditório da Associação Comercial

     Com o objetivo de alertar, informar e debater com a população sobre os danos que as reformas da Previdência e do Ensino Médio causarão aos trabalhadores brasileiros, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Picos realizou um evento em apoio à Greve Nacional durante toda essa quarta-feira, (15), no auditório da Associação Comercial e Industrial de Picos.

Na oportunidade,  os Servidores Públicos Municipais paralisaram suas atividades e participaram de plenária que discutiu temas relevantes aos direitos e garantias dos trabalhadores. Entre os temas propostos destacam-se a Reforma da Previdência, a Reforma do Ensino Médio e o debate sobre a situação da Educação em Picos.



Reforma da Previdência


O Presidente da OAB Picos, Franck Bezerra, e o Presidente da CTB Piauí, Elton Arruda, esclareceram as dúvidas acerca do assunto e informaram ao público os fundamentos da proposta do Governo Federal.

Franck Bezerra declarou que essa atual proposta de Reforma da Previdência representará o fim de inúmeros direitos assegurados pela Constituição Federal de 1988, como a aposentadoria:

““essa proposta não deve ser aceita, principalmente no que diz respeito a idade mínima. O Governo quer estabelecer 65 anos de idade para aposentadoria tanto para homens quanto para mulheres e inclusive os trabalhadores rurais, sem observar os aspectos regionais do Brasil, por exemplo, a expectativa de vida no Piauí é de 67 anos”, comentou.


O Presidente da OAB, Franck Bezerra, discorreu sobre a Reforma da Previdência
   Em seguida, Franck mencionou quais serão os principais prejuízos que essa proposta provocará aos trabalhadores:

“o ‘pacote de maldades’ prevista na Reforma vai acabar com os direitos conquistados e com o princípio da solidariedade; causar o surgimento de Previdências Próprias pela iniciativa privada; extinguirá a aposentadoria especial por tempo de serviço; aumentará o tempo de contribuição para no mínimo 35 anos; obrigará os trabalhadores rurais a contribuir o que prejudica a produção de alimentos e a agricultura”, explicou o presidente da OAB.


Presidente da CTB Piauí, Elton Arruda, discorre sobre o dia de Paralisação Nacional e Reforma da Previdência

O Presidente da CTB Piauí, Elton Arruda, frisou que o dia 15 de março foi o primeiro dia de lutas contra a reforma da Previdência Social no Brasil:

“se caso existir mesmo esse suposto rombo na Previdência, o justo seria exigir o pagamento das empresas que sonegam impostos há tantos anos e não cobrar do trabalhador honesto. A partir desse dia, o nosso propósito é fazer uma greve geral em todo o país, pois esse atual Governo é uma ameaça aos programas sociais e as conquistas dos trabalhadores”.




Reforma do Ensino Médio


Sobre o tema, a palestra foi presidida pelo professor e sindicalista de Teresina, Kleber Ibiapina, que argumenta não ser contra a reforma do Ensino Médio, mas sugere que essa reorganização seja construída através do debate das partes interessadas como os docentes, estudantes, trabalhadores e a sociedade de um modo geral: 

Reforma do ensino médio pra nós é: qualificar o ensino, ampliar as ofertas e melhores condições de trabalho”, afirmou.


Professor Kleber Ibiapina descreve os agravamentos que causará a Reforma do Ensino Médio

Para Kleber Ibiapina, essa proposta de emenda à Constituição é maléfica e implicará em maior precarização da educação no Brasil: “essa Reforma provocará o ingresso tardio do jovem no mercado de trabalho; o aumento da carga horária; o aumento da evasão escolar; torna a educação voltada para formar mão-de-obra; e a mercantilização da educação, fator que atende somente o interesse do setor privado”, relatou.



         Debate sobre a situação da Educação em Picos


A Presidente do SINDSERM, Edna Moura, ao lado dos assessores jurídicos Francisco Casimiro e José Francisco Brito

         Nessa pauta proposta pela Diretoria Executiva do SINDSERM, foram apresentados os principais problemas em torno da Educação de Picos como:


- a nucleação das escolas no qual houve resistência da sociedade, por exemplo, a escola municipal Nossa Senhora Aparecida localizada no Morro da AABB;

-  o descumprimento do horário pedagógico que a lei 11.738 que institui o piso salarial dos profissionais do magistério em seu artigo 2º e §4º declara: “Na composição da jornada de trabalho, observar-se-á o limite máximo de 2/3 (dois terços) da carga horária para o desempenho das atividades de interação com os educandos”.

- a redução da carga horária dos trabalhadores que é um assunto amplamente debatido, pois o artigo 44 do Plano de Carreira, Cargos e Salários dispõe que o professor no exercício da docência, fará jus à redução progressiva da carga horária semanal de aulas, por solicitação mediante comprovação de 20 anos de serviço ou 55 anos de idade em 25%.

 Posteriormente, os trabalhadores em Educação presentes na plenária externaram duras críticas a realidade das escolas do município de Picos. Entre as principais denuncias destacam-se: a falta de professores, de merenda suficiente para os alunos, de fardamento, de profissionais de limpeza e, principalmente, as péssimas condições de estrutura e funcionamento de algumas escolas.


Dezenas de professores externaram suas críticas e insatisfações na plenária
         
        Os professores descreveram a situação precária que se encontram as escolas do município e afirmam que o ano letivo foi iniciado “às pressas” no dia 21 de fevereiro, pois faltam profissionais de diversas áreas e estrutura física que possibilitasse o início das aulas.

       Diante os depoimentos, o SINDSERM elaborou um documento que será encaminhado para a Secretaria Municipal de Educação exigindo providências urgentes. Caso as reivindicações não sejam atendidas, os servidores alertam que poderão fazer paralisações ou até mesmo mobilizar um movimento grevista.



      Conforme a Presidente, Edna Moura, no dia 28 de março na Câmara Municipal está programada uma assembleia geral ordinária para tratar sobre o assunto e lá será onde os trabalhadores poderão decidir como proceder para reverter essa situação caótica das escolas municipais.
         
Os servidores presentes aprovaram o evento organizado pelo SINDSERM


Confira o álbum completo de fotos dessa paralisação clicando aqui

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